Crítica - Drácula: O Despertar do Mal (2023)

 

"Drácula: O Despertar do Mal"

Realizado por André Øvredal
Com Corey Hawkins, Aisling Franciosi, Liam Cunningham, David Dastmalchian


A Universal Pictures lançou no primeiro semestre "Renfield", uma comédia de ação indie onde Drácula (magistralmente interpretado por Nicolas Cage) não é propriamente o protagonista (embora pareça devido ás cenas que rouba) mas assume um papel de destaque num filme divertido que, surpreendentemente, presta uma interessante homenagem ao vampiro mais famoso do mundo. Quem diria que esta obra indie seria mais impactante e competente que outro filme da Universal que também recupera a lenda do Conde Drácula e que até é baseado numa parte obra icónica de Bram Stoker que apresentou esta criatura ao mundo! Falamos claro está de  "Drácula: O Despertar do Mal" | "The Last Voyage of Dementer", filme de terror vampírico que narra a última viagem de um navio mercante chamado Demeter que partiu de Carphatia para Londres. Mas ao longo da viagem vários eventos estranhos afetam a tripulação que, a dada altura, vê-se obrigada a lutar para sobreviver aos ataques de uma estranha criatura. 
As expectativas é certo que não eram as maiores porque desde cedo se adivinhava que, quer pela previsibilidade, quer pelo preview sem impacto, "Drácula: O Despertar do Mal" não seria um filme capaz de fazer justiça à fama do Conde Drácula e de prestar a devida homenagem à grande obra de Bram Stoker. E a realidade é que não o consegue fazer. 
A direção de André Øvredal e as suas decisões técnicas não foram as mais felizes ou até eficazes. Um argumento algo seco e surpreendentemente fraco ao nível do terror também não ajudou em nada à sua missão. Mas esperava-se mais do criador de um dos filmes indies mais impactantes da década transacta: "O Caçador de Trolls". E sobretudo esperava-se mais porque esta poderia ser a grande oportunidade para Øvredal se estabelecer e afirmar em Hollywood após não ter criado as ondas que se esperaria com "The Autopsy of Jane Doe" ou "Mortal". Mas infelizmente não será "Drácula: O Despertar do Mal" que o catapultará para a primeira linha de escolhas para realizar as próximas grandes produções de Hollywood do género.....
É verdade que a tarefa para a equipa criativa desta obra nunca seria a mais fácil. Seria sempre desafiante transformar uma nota de rodapé de um clássico da literatura numa longa metragem capaz de honrar não só a obra base, mas que teria também a "responsabilidade" de lhe acrescentar alguns detalhes.  Mas por outro lado também não era a missão mais complexa, já que bastaria dar espaço para o grande Monstro fazer o que melhor sabe fazer....E talvez aqui esta obra poderia ter retirado algumas ideias de "Reinfield" e, assim, os seus criadores poderiam ter apostado livremente e sem medos na concretização do gore, quer da obra de Bram Stoker, quer da Lenda de Vlad - O Empalador. E embora sejam de relevar alguns pormenores interessantes (como o piscar de olho ao grande clássico "Nosferatu") e uma dose generosa de violência, "Drácula: O Despertar do Mal" acaba por se revelar um filme bem mais morno do que o esperado e o real terror nunca acaba por verdadeiramente sobressair no ecrã. E isto é um pecado sem desculpa para qualquer adaptação (ou pseudo) com o Conde Drácula como grande estrela!

Classificação - 2 Estrelas em 5

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