Crítica - Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo (2022)

Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo

Realizado por Daniel Scheinert e Daniel Kwan 

Com Michelle Yeoh, Jamie lee Curtis, Stephanie Hsu


Quando fizemos a nossa lista dos Melhores Filmes de 2022 escrevemos sobre "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo" | "Everything Everywhere All at Once" o seguinte:  "É curioso e bizarro, podendo ser a grande surpresa dos Óscares em 2023, sobretudo na categoria de Melhor Filme (....) tem acumulado distinções nos Estados Unidos e, recentemente, o New York Times fez questão de o apontar ao título principal dos prémios da Academia. Ao misturar drama, comédia e ficção científica, sendo quase uma espécie de Dr Strange indie, esta obra de  Daniel Kwan e Daniel Scheinert conta-nos uma história fantástica que desafia até os melhores produtos da Marvel ou DC."

Não foi uma previsão inovadora, porque já na época estava a ter altos vôos (como a nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Filme e outras distinções), mas desde cedo percebemos que poderíamos estar perante um sucesso ao nível de "CODA", obra da Apple que acabou por ganhar o Óscar de Melhor Filme mas que passou praticamente despercebida antes de chegar com estrondo à época de prémios. É um trajeto bastante similar ao desta obra que, importa esclarecer,  conta-nos a história de uma imigrante chinesa exausta que, enquanto tenta organizar os seus impostos, vê-se arrastada para uma louca aventura onde só ela pode salvar o mundo explorando outros universos ligados às vidas que poderia ter levado.

Há tanta coisa para explorar e para falar sobre este obra de Daniel Scheinert e Daniel Kwan que surge como um candidato improvável mas merecido aos grandes prémios de Hollywood. Muitas vezes se crítica Hollywood por premiar sempre a mesma fórmula e não apoiar a diversidade e criatividade e, todos os anos, muitos se queixam que a Academia (e outras organizações) não dão a devida atenção às obras que primam pela diferença e que se enquadram em géneros pouco dados à época de prémios, como o terror, a comédia, a ação ou a ficção científica. Pois bem, "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo" parece ser a resposta de Hollywood a esses críticos....e é uma resposta merecedora de rasgados elogios. 

Uma combinação entre ação, ficção científica e comédia, "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo" pega no melhor cruzamento entre o Universo Marvel e o Universo Indie para nos entregar uma história excêntrica e recheada de entretenimento que é acompanhada por um nível técnico sublime. A esta equação já de si ganhadora junta-se também um elenco absolutamente magistral comandado por uma incrível maestra e mestre da representação: Michelle Yeoh. Pese embora a sua ilustre carreira, Yeoh nunca voou tão alto em Hollywood como com esta surpreendente obra indie e, embora este reconhecimento peque por tardio, certo é que poucas vozes dirão que não é merecido (seja pela carreira, seja pela sua enorme performance neste filme). Ao seu lado, Yeoh tem outros astros de renome que também nos entregam grandes performances, como Jamie lee Curtis, mas também vários nomes menos mediáticos como Stephanie Hsu ou James Hong, mas que juntamente com Yeoh elevam a chama da diversidade e da sua cultura. E não há dúvidas que a cultura asiática tem vindo a ganhar peso e representatividade em Hollywood. Isto comprova-se, por exemplo, pelos recentes exemplos de sucesso de filmes como "Parasitas", "A Despedida" ou "Minari". Mas certo é que "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo" trouxe uma lufada de ar fresco a Hollywood e à própria representatividade asiática que já não se via em Hollywood desde a aclamada comédia "Crazy Rich Asians", também protagonizada por Yeoh. 

Talvez não chegue a ganhar o Óscar de Melhor Filme, mas já ninguém lhe tira um percurso brilhante na época de prémios. É um percurso merecido que não foi conquistado à custa da polémica, mas sim por via da maior arma que um filme pode ter à sua disposição: a capacidade de entreter o espectador. 


Classificação - 4 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. Agora, imaginem quando cineastas empreendedores descobrirem o "Caso Hotel Sheraton de Lisboa & Advogados & Imprensa Associados X Fundação Geolíngua" e o seu presidente Roberto Moreno, vai virar filme - com certeza!! - Estou à disposição de advogados e jornalistas, profissionais e a sério, para lhes fornecer o que está nos calabouços dos Tribunais e da Imprensa à portuguesa (tão bem definida por Álvaro de Campos). - O Processo Hotel Sheraton X Fundação Geolíngua ficou entre 2005 até 2014 em Tribunal e, no dia do julgamento final (após 9 anos) o Sheraton desistiu deste Processo no valor de 1 milhão de euros. - Porque será?! - Parte deste Processo foi citado no livro Jusformulários Penal, do autor Jorge da Paz Rodrigues, MP Jubilado e que sabe de tudo, em pormenor, em declarações feitas à Agência Lusa em 2007, junto com a vítima - Roberto Moreno.

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