Os Óscares 2022 só serão entregues a 27 de Março de 2022, mas a época de prémios que culmina com a entrega destes Prémios da Academia já começou. Já falamos sobre alguns dos títulos candidatos a Melhor Filme e Filme Estrangeiro, mas não é só junto das categorias de Melhor Filme que se faz a época de prémios. Hoje promovemos um olhar antevisivo em relação às categorias técnicas, mas também às categorias de representação. Descubra a Primeira Parte
CATEGORIAS DE REPRESENTAÇÃO
Será que a interpretação de Will Smith como Richard Williams, pai de Venus e Serena Williams, no drama "King Richard" poderá valer-lhe o seu primeiro Óscar? Será que à terceira será de vez? Smith, que já esteve nomeado ao Óscar de Melhor Ator por "Ali" e "The Pursuit of Happyness", tem sido muito elogiado por esta sua mais recente performance e parece partir na dianteira das apostas, tendo aliás já conquistado alguns prémios importantes da indústria. Mas Smith não terá um percurso fácil, já que terá a dura concorrência de, pelo menos, Benedict Cumberbatch, cuja performance fria mas avassaladora em "The Power of the Dog" tem arrancado muitos elogios! Na mesma ótima, Denzel Washington é apontado como um dos grandes atores do ano graças à sua performance no filosófico “The Tragedy of Macbeth”...à margem das grandes performances dramáticas de Smith, Cumberbatch e Washington temos a leve e musical performance de Andrew Garfield no musical “Tick, Tick … Boom!” da Netflix....Mas será que a dinâmica mais leve desta obra prejudicará a causa de Garfield? No lado oposto deste quarteto encontramos alguns pesos pesados da indústria que, pese embora alguma expectativa inicial, não deverão fazer parte da lista de Melhores Interpretações Maculinas de 2021. Falamos de nomes como Leonardo DiCaprio ("Don't Look Up"), Clint Eastwood ("Cry Macho"), Matt Damon ("StillWater"), Adam Driver ("House of Gucci") ou Timothée Chalamet ("Dune). É verdade que, ao contrário dos outros quatro casos, Chalamet tem uma performance competente, mas "Dune" poderá não ter força suficiente para alavancar nomeações nas categorias de representação...
No que toca às performances femininas, o hype parece estar todo do lado de Lady Gaga que, após falhar o Óscar pela sua mais convincente performance em "A Star is Born", poderá chegar à estatueta com uma performance num filme menor como é "House of Gucci". A desilusão em redor das performances demasiado subtis de Kristen Stewart em "Spencer" ou de Jennifer Hudson em "Respect" parecem conferir ainda mais favoritismo a Gaga....mas na luta estão ainda outros vultos da representação feminina, nomeadamente Nicole Kidman, a grande estrela por detrás de "Being the Ricardos". A sempre icónica Frances McDormand poderá também brilhar, apesar da sua performance em “The Tragedy of Macbeth” não parecer ter força suficiente para assegurar uma candidatura ao título de Melhor Interpretação Feminina de 2021. Também Penélope Cruz (“Parallel Mothers”) pode surgir na lista de potenciais candidatas, mas as suas hipóteses poderão ser beliscadas pela menor qualidade da obra de Almodóvar. Olivia Colman ("The Lost Daughter"), Rachel Zegler (“West Side Story”) ou Jessica Chastain (“The Eyes of Tammy Faye”) poderão ser as surpresas, já Jennifer Lawrence ("Don't Look Up!"), Sandra Bullock (“The Unforgivable”), Emma Stone (“Cruella”) ou Halle Berry (“Bruised”) são já cartas fora do baralho...
Este ano talvez a eleição da Melhor Atriz Secundária seja mais interessante que a de Melhor Atriz. É porque, nesta categoria, são várias as interpretações que se destacam e, algumas, são bastante surpreendentes. À cabeça podemos falar, por exemplo, da tocante performance de Caitríona Balfe no drama “Belfast”. A estrela da série "Outlander" teve, finalmente, a sua grande oportunidade na sétima arte e aproveitou-a da melhor forma, mas será que isto se capitalizará em prémios? Kirsten Dunst, que regressou aos grandes papéis com“The Power of the Dog”, poderá também surpreender e protagonizar uma luta acesa com Balfe pelo título tão desejado. Vamos a ver o que Cate Blanchett consegue fazer em "Nightmare Alley" e, acima de tudo, teremos que esperar para ver se a veterana Rita Moreno, a estrela da primeira grande versão cinematográfica do musical, poderá fazer história e conseguir nova aclamação por parte da Academia pela mesma história, mas desta vez por outro papel na nova versão de Steven Spielberg.
CATEGORIAS TÉCNICAS
A luta pelos prémios de Melhor Filme vão também influenciar a disputa pelos títulos de Melhor Realizador. Jane Campion ("The Power of the Dog"), Kenneth Branagh ("Belfast"), Paul Thomas Anderson("Licorice Pizza") estão, assim, na pole position para uma disputa que se afigura renhida. Por esta altura, talvez Denis Villeneuve ("Dune") já tenha perdido o barco na luta pela vitória, mas continua vivo na luta pelas nomeações aos prémios da Academia e do Sindicato.
O momento alto de "Dune" não parece estar destinado para as categorias de Representação, Filme, Realizador ou Argumento, mas sim para as categorias mais técnicas como Efeitos Especiais, Fotografia, Guarda-Roupa ou Som. O seu favoritismo é inegável e nem mesmo "Matrix Revolutions" parece ter o ímpeto suficiente para abalar o grande favoritismo que paira sobra o épico de Villeneuve.
Pese embora ter representado um marco para a saga "James Bond", "No Time To Die" dificilmente terá impacto na época de prémios. A excepção que se avizinha é na categoria de Melhor Canção Original, onde se presume que ganhará todos os prémios que haverá para ganhar....A mesma futurologia dourada já não deverá ser feita em relação a obras como "The French Dispatch", "House of Gucci" ou "Nightmare Alley" que, talvez, não tenham a força que se esperaria na época de prémios devido à presença de outras referências maiores...
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