Os Óscares 2022 só serão entregues a 27 de Março de 2022, mas a época de prémios que culmina com a entrega destes Prémios da Academia já começou. E, assim, já se começam a desenhar cenários e alinhar favoritos para os principais prémios cinematográficos do ano que incluem não só os Óscares, mas também os BAFTA ou os Prémios dos Sindicatos de Hollywood.
MELHOR FILME
Quem parte na dianteira para a conquista daquele é o grande prémio da maior parte das premiações cinematográficas? É raro que um único filme conquiste a grande maioria dos prémios de Melhor Filme nas principais premiações, embora o ano passado "Nomadland" tenha ficado perto dessa perfeição. Este ano já deu para perceber que não há um candidato claro e que, muito provavelmente, as grandes premiações terão vencedores diferentes nesta categoria.
Entre os grandes favoritos destaca-se "Belfast", obra dramática produzida pela Focus Features e realizada por Kenneth Branagh. Com estreia agendada para 24 de Fevereiro em Portugal, "Belfast" segue a história de um jovem rapaz de nove anos terá de encontrar o seu caminho num mundo que, subitamente, se virou do avesso devido ao conflito crescente na Irlanda do Norte. Esta obra tem sido apontada pela imprensa como um dos grandes candidatos e é, de facto, um filme que tradicionalmente agrada ao grande círculo cinematográfico. Mas como já se percebeu não terá um caminho fácil até ao grande título, até porque terá a concorrência, por exemplo, de "Licorice Pizza". Este é o novo projeto de Paul Thomas Anderson e, recentemente, foi considerado o melhor filme do ano pela National Board of Review. Trata-se de um "coming of age drama" cuja trama se desenrola nos Anos 70 e tem como protagonista um jovem estudante, também ator, que tenta lidar com os problemas da sua adolescência. É já a 30 de Dezembro que este projeto chega aos nossos cinemas.
Entre os grandes filmes do ano há duas produções com maior arcaboiço comercial. Falamos do épico sci-fi "Dune", de Dennis Villeneuve, mas também do remake do musical "West Side Story", da autoria de Steven Spielberg. Estes dois grandes filmes de dois grandes vultos do cinema são, desde logo, pesos pesados no que ao box-office diz respeito e, embora não estejam propriamente na linha da frente para a conquista do Óscar ou do BAFTA de Melhor Filme, são candidatos a ter em conta.
Mas poderá ser do streaming que vêm os maiores candidatos a Melhor Filme. A liderar a corrida das plataformas parece estar "The Power of the Dog", drama da aclamada cineasta Jane Campion já em exibição na Netflix, que segue a história de um rancheiro autoritário e carismático que trava uma guerra de intimidação contra a nova esposa do irmão e o seu filho adolescente. Esta não é a unica figura de proa da Netflix, sendo também de destacar o musical "Tick, Tick.....Boom!" e o drama "The lost Daughter", este último o filme de estreia de Maggie Gyllenhaal como realizadora. Embora promissor, a comédia "Don't Look Up", com um elenco estrelar liderado por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence, parece já arredado da luta.
Não é só a Netflix que tem grandes candidatos a Melhor Filme, já que, quer a Amazon Prime Video, quer a Apple+, têm os seus respetivos pesos pesados. A Amazon, por exemplo,deposita grandes esperanças no drama "Being the Ricardos", drama protagonizado por Nicole Kidman que retrata um capítulo bizarro da vida de Lucille Ball, lenda de Hollywood. Também da Amazon pode surgir candidato através de "The Tender Bar", drama de George Clooney. Já a Apple aposta o seu grande poder de fogo em "The Tragedy of Macbeth”, a mais recente obra de Joel Coen que se assume como uma moderna reimaginação de uma das peças mais famosas de William Shakespeare.Também da Apple há que prestar atenção a "CODA", uma das surpresas independentes do ano que nos conta a história de uma jovem que adora música, apesar de ter crescido numa casa de surdos, e que agora terá de escolher entre o seu futuro na música e a sua família.
Já um pouco à margem dos grandes favoritos, mas ainda na luta pela surpresa e pela conquista temos alguns filmes que, no início do ano, foram apontados como grandes candidatos. À cabeça temos, desde logo, "The French Dispatch", o novo filme de Wes Anderson ou "Cry Mcho, de CLint Eastwood que, a esta altura do campeonato, já só ambicionam a vitórias nas categorias técnicas. Também "House of Gucci", polémico filme de Ridley Scott, não tem convencido e tem vindo a ficar para trás nas apostas. Por esta altura, "The Last Duel", outra obra de Scott, até acaba por ter mais hipóteses de chegar aos prémios de Melhor Filme do que, propriamente, o filme sobre os bastidores familiares da Família Gucci. Também já algo atrás nas previsões surge "Spencer", obra dramática de Pablo Larrain sobre o último Natal que a Princesa Diana passou como Membro da Família Real. Quem ainda se mantém na corrida é sim "King Richard", drama biográfico sobre o percurso das Irmãs Williams e como o pai de ambas, Richard Williams, impulsionou o seu sucesso.
MELHOR FILME EM LÍNGUA NÃO INGLESA
Estes dois títulos são os mais claros e mediáticos, mas há que recordar a existência de "Flee", grande vencedor do festival de Sundance. Este documentário denota grande qualidade e, para além de ambicionar conquistas na categoria de Melhor Documentário, terá certamente outras ambições. A Netflix não foi também a única plataforma de streaming a dar espaço e oportunidade a grandes obras internacionais, já que a liderar a seleção de qualidade da Amazon está "A Hero", o novo filme de Asghar Farhadi que denota uma qualidade muito acima da média. Também "Bergman Island", "Compartiment Nº 6", "Drive My Car", "France" ou "A Chiara" têm de ser mencionados nesta seleção.
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