Crítica - Marrowbone (2017)

Realizado por Sergio G. Sánchez
Com Anya Taylor-Joy, Charlie Heaton, George MacKay, Mia Goth

Filme de Abertura do FantasPorto 2018 e filme de estreia de Sergio G. Sánchez, o guionista do muito elogiado "El Orfanato" (2007), na direção de longas metragens. Trata-se de um filme de terror indie norte-americano muito bem feito e com elenco muito jovem e promissor que já começa a dar cartas em Hollywood. O melhor exemplo é talvez Charlie Heaton, que se tem destacado na série "Stranger Things", mas refira-se também Mia Goth, que nos últimos anos participou em várias produções mediáticas, como "Everest" ou "A Cure for Wellness". Também o jovem George MacKay começa a dar passos certeiros em Hollywood e "Marrowbone" acaba por ser mais uma promissora rampa de lançamento para a sua carreira.



O filme segue a história de quatro irmãos perseguidos pelo passado que, após a morte da mãe e com um pai ausente, ficam a viver sozinhos numa quinta isolada que promove junto deles um estado crescente de depressão e paranoia. Para não serem separados pelo Estado, por serem menores de idade, os quatro irmãos esconde-se do Mundo e tentam sobreviver sozinhos na casa, mas este local esconde um obscuro e perigoso segredo que desafiará a união e a sobrevivência dos quatro.
Para quem viu "El Orfanato", não surpreenderá descobrir que o seu guionista é o mesmo de "Marrowbone". Os dois partilham um final carregado de suspense e com um twist bem trabalhado que acaba por salvar um filme que, até à sua fase final, não se mostra capaz de cativar o espectador. Não se trata porém de um produto globalmente assustador ou com uma forte carga de terror ou drama, mas o suspense está presente e, apesar de nem sempre ser bem desenvolvido, acaba por conduzir a uma reta final produtiva e capaz de surpreender. É claro que a certa altura já se espera que surja um twist, mas os detalhes do mesmo é que acabam por ser muito interessante e ajudam a dinamizar um filme que quase até final não dá sinais de vida ou brilho. Embora "El Orfanato" seja um filme bem mais completo e carregado de suspense até ao fim, também neste filme de 2007, Sergio G. Sánchez criou um twist muito bom que deu uma nova vida (e um final estrondoso) a esse clássico de culto do terror hispânico.
Pese embora um nível global abaixo do esperado, não se pode dizer que "Marrowbone" seja um produto falhado. O seu competente final em conjugação com uma componente técnica equilibrada e um elenco jovem muito capaz acabam por dignificar este projeto de Sánchez e por torná-lo merentório de abrir um certame como o FantasPorto. É certo que se esperava mais de um dos responsáveis máximos por "El Orfanato", mas ainda assim a imagem final que fica na memória não é a pior. Sanchés disse na apresentação no FantasPorto que "MarrowBone" deve ser encarado como um Filme Matryoshka, já que se desdobra em várias linhas narrativas e twists, como as Bonecas Matryoshka, mas o que é certo é que, pegando na metáfora usada, o conjunto Matryoshka acaba por ser mais fraco do que a última Matryoshka a aparecer. E este desequilibro qualitativo faz moça na experiência global do espectador.

Classificação - 2,5 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. Adoro os filmes porque são muito interessantes e podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, os diretores de diferentes filmes, optaram por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador, que esperarava reencontrar de cara as queridas crianças. Desde que vi o elenco de Marrowbone imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos. Acabei de ver um filme de Charlie Heaton, um ator muito comprometido (Acabei de ver os Filmes de Charlie Heaton para uma tarde de lazer é uma boa opção), além disso, acho que ele é muito bonito e de bom estilo. Não posso esperar para ver este filme, estou ansiosa.

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