Crítica - Chimères (2013)

 
Realizado por Olivier Beguin 
Com Jasna Kohoutova, Yannick Rosset, Catriona MacColl 
Género - Terror 

Sinopse - Durante uma viagem à Roménia com a sua namorada Livia, Alexandre é atropelado por um carro e, nas urgências do hospital, é alvo de um transfusão de sangue deveras suspeita. Quando regressam a casa, Alexander começa a demonstrar estranhos sintomas de uma doença misteriosa e, graças a isso, começa a ficar convencido que sangue contaminado de vampiro corre nas suas veias e que, aos poucos, está a transformar-se num vampiro. A sua namorada Livia enfrenta agora o crescente comportamento estranho de Alexandre e tenta salvar o seu relacionamento desta aparente loucura. 

Crítica - Embora tenha conseguido conquistar o Prémio Especial do Júri do FantasPorto 2014, "Chimères" não é propriamente um daqueles filmes de terror que salta à vista de qualquer um ou que, já agora, seja merecedor de tal distinto prémio de um dos festivais de terror mais importantes da Europa. É certo que durante a sua primeira parte, "Chimères" consegue levantar um certo suspense junto do espectador graças à duvida que se cria em redor do estado de saúde do protagonista masculino, já que durante boa parte dos seus primeiros quarenta minutos, não conseguimos descobrir o que realmente se passa com Alexander. É claro que enquanto ponderamos se ele pode realmente estar a transformar-se num vampiro ou se tudo não passa de uma psicose, "Chimères" vai perdendo fulgor e suspense e acaba por se tornar num daqueles filme de vampiros banais e sem grande força dentro dos géneros de terror, suspense ou ação. A própria ligação romântica que sustenta toda a génese dramática e romântica deste projeto revela bastantes carências do ponto de vista do desenvolvimento, já que a própria relação entre Livia e Alexander não chega a ser muito credível nem amplamente desenvolvida, aliás tudo o que os rodeia carece de algum valor contextual que, de certa forma, torna complicado sentir alguma ligação afetiva a este casal e ao seu destino, algo que complica e muito a atribuição de algum valor dramático à parte final do filme. É nesta segunda parte que tudo fica mais claro e também violento, mas todas as sequências sangrentas típicas de filmes de vampiros estão mal concebidas e construídas, não conseguindo levar o espectador a retirar delas uma experiência minimamente empolgante porque todas elas, quase sem excepção, revelam um amadorismo pouco compreensível que, assim, torna-as em sequências que não amedrontam nem entusiasmam. O outro ponto negativo do filme é o seu pobre elenco liderado por Jasna Kohoutova e Yannick Rosset que, infelizmente, não se mostram muito convincentes nos seus papéis. O que salta de positivo deste projeto é que, apesar de uma construção amadora em certas sequências, Olivier Beguin revela potencial para no futuro surpreender neste género, desde que evite alguns erros básicos que cometeu nesta obra que, importa referir, marcou a sua estreia na direção de longas metragens.

Classificação - 2 Estrelas em 5

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