Crítica - Beauty and the Beast (2017)

Realizado por Bill Condon
Com Emma Watson, Ian McKellen, Luke Evans

Nos últimos anos, a Walt Disney Pictures tem vindo a apostar cada vez mais na produção de versões live action dos seus mais famosos e icónicos filmes de animação. Esta estratégia tem alcançado bons resultados do ponto de vista comercial, mas não tem produzido filmes tão deslumbrantes e cativantes como as versões animadas. É certo que as versões live action de “The Jungle Book” (2016) e “Cinderella” (2015) apresentam um nível qualitativo bem aceitável atendendo às suas característica, mais até o primeiro que surpreendeu com a sua mistura de animação e live action que até lhe valeu um Óscar de Melhores Efeitos Especiais. O exemplo de “The Jungle Book” é até o melhor desta nova aposta/estratégia da Walt Disney, mas mesmo este produto não conseguiu transmitir ao espectador , seja ele adulto ou criança, aquelas sensações de magia, fantasia e esplendor pelas quais os clássicos de animação são ainda hoje conhecidos. Por esta mesma razão é que, até ao momento, nenhuma versão live-action dos clássicos da Walt Disney alcançou o estatuto de filme memorável e, arrisco a dizer, nunca alcançarão. Tal tendência não se alterou com esta nova versão live action de “Beauty and the Beast”, a famosa história de amor improvável entre uma bela jovem camponesa e um príncipe amaldiçoado na pele de um monstro. 


Embora seja um produto com melhores valores de produção e, no geral, com melhor qualidade que, por exemplo, a versão francesa do mesmo estilo lançada em 2014, “Beauty and The Beast” também não entusiasma os verdadeiros fãs das animações da Walt Disney. É um filme razoável, sem dúvida, mas quem viu o clássico de animação sentirá, ao ver esta nova versão, uma certa banalidade, isto porque o melhor da versão animada, nomeadamente as músicas, são recicladas sem nenhuma noção de inovação. Tal como sucedeu com “Cinderelça” é este o erro crasso de “Beauty and The Beast”.
O decalque excessivo em relação à versão animada promove, de uma certa forma, uma espécie de fidelidade a uma versão que resultou no passado, mas, ao não trabalhar e melhorar elementos já vistos  no passado, o resultado final nunca poderia ser fascinante. No caso deste filme o decalque é ainda superior ao verificado em  “Cinderella” e “The Jungle Book”, algo que o prejudica ainda mais, sendo que esta repetição não é compensada com elementos inovadores. Os que existem são banais e não acrescentam nada à história. Estes até se destacam, aliás, como os mais fracos elementos da narrativa, como é o caso, por exemplo, das novas músicas ou da nova versão da história familiar de Belle.
No cômputo geral, “Beauty and the Beast” acaba por sobressair, apenas e só, como um produto romântico de fantasia bastante simples. A magia e o fulgor presentes na animação e que ajudaram-na a celebrizá-la não marcam presentes nesta reimaginação que, pura e simplesmente, não tem qualquer trunfo para conquistar o espectador. O seu único ponto de destaque deriva da fama do produto original, esse sim, um projeto acima da média mas que é pobremente homenageado por esta mediana cópia live action. É óbvio que, posto isto, não se pode dizer que esta nova versão faça justiça ao clássico da Disney e, ao contrário do que os seus produtores poderiam acreditar, não terá o mesmo impacto que esse filme de 1991 teve em várias gerações.

Classificação - 2,5 Estrelas em 5

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